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Para Charles Silveira, o problema da Evangelina Rosa não é novo e se repete

A maternidade Dona Evangelina Rosa foi interditada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), após o aumento de mortalidade neonatal.

21/11/2018 10:53

Nesta quarta-feira (21), em audiência pública, autoridades do Estado e de Teresina se reuniram para debater sobre a situação da Maternidade Evangelina Rosa, que foi parcialmente interditada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), nesta terça-feira (20). Estiveram presentes o promotor Eny Marcos, que presidiu a audiência, o secretário estadual de Saúde Florentino Neto, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles da Silveira e a vereadora Teresa Britto. 

Segundo o promotor, as instalações da maternidade e a falta de equipamentos comprometem o bom atendimento dos pacientes. “Fomos lá ver a situação de perto. Fizemos entrevistas com profissionais e mães [sobre a falta de insumos] e era só confirmando o que está na documentação. Falta álcool gel, sabão e fralda descartável”, enumera Eny Marcos. 


O promotor exibiu fotos das condições dentro das instalações da maternidade Dona Evangelina Rosa. Foto: Ananda Oliveira/ODIA

Em visita à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade, o promotor conta que algumas incubadoras estavam quebradas. “Além das rachaduras no chão dos leitos, as incubadoras não aquecem e estão vazando água. Descobri que estão assim por falta de pagamento e que a empresa responsável não recebe há meses. Da para perceber a precariedade das fiações que estão expostas”, enumera o promotor. 

“Este é um problema que não é novo e se repete”, é o que afirma o presidente da FMS, Charles da Silveira. De acordo com ele, a maternidade atende bem mais que a sua capacidade e isso atrapalha o atendimento à população. “É necessário que haja uma regulamentação, é uma maneira de nos organizarmos”, disse. 

De acordo com o Secretário de Saúde, Florentino Neto, a regulamentação é benéfica para a população e para o melhor funcionamento das maternidades. “O médico atenderia o paciente e colocaria a ficha do paciente no sistema e o próprio sistema o encaminharia para o local com melhor disponibilidade para atendê-lo”, explica. 

Além da regulamentação dos atendimentos por meio do sistema, outra alternativa apontada para resolução do problema da Maternidade Evangelina Rosa, é a criação de uma nova instituição. “Uma nova maternidade referência que estamos construindo. Ela está dimensionada e planejada para atender realmente os pacientes de alto risco, o que dará uma “folga” para as outras maternidades do Estado”, finaliza. 

Interdição 

O Conselho Regional de Medicina do Piauí resolveu fazer a interdição ética de parte da Maternidade Dona Evangelina Rosa , em Teresina, após registrar aumento na mortalidade neonatal. A interdição começou a valer a partir da meia noite desta quarta-feira (21) e prevê o atendimento somente dos casos de alta complexidade pelos próximos 60 dias. Os casos de média e baixa complexidade serão encaminhados para hospitais do município tanto na Capital, quando no interior.

Edição: Viviane Menegazzo
Por: Ananda Oliveira e Geici Mello
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