Nesta quarta-feira (21), em audiência pública, autoridades do Estado e de Teresina se reuniram para debater sobre a situação da Maternidade Evangelina Rosa, que foi parcialmente interditada pelo Conselho Regional de Medicina (CRM), nesta terça-feira (20). Estiveram presentes o promotor Eny Marcos, que presidiu a audiência, o secretário estadual de Saúde Florentino Neto, o presidente da Fundação Municipal de Saúde (FMS), Charles da Silveira e a vereadora Teresa Britto.
Segundo o promotor, as instalações da maternidade e a falta de equipamentos comprometem o bom atendimento dos pacientes. “Fomos lá ver a situação de perto. Fizemos entrevistas com profissionais e mães [sobre a falta de insumos] e era só confirmando o que está na documentação. Falta álcool gel, sabão e fralda descartável”, enumera Eny Marcos.
O promotor exibiu fotos das condições dentro das instalações da maternidade Dona Evangelina Rosa. Foto: Ananda Oliveira/ODIA
Em visita à Unidade de Terapia Intensiva (UTI) da maternidade, o promotor conta que algumas incubadoras estavam quebradas. “Além das rachaduras no chão dos leitos, as incubadoras não aquecem e estão vazando água. Descobri que estão assim por falta de pagamento e que a empresa responsável não recebe há meses. Da para perceber a precariedade das fiações que estão expostas”, enumera o promotor.
“Este é um problema que não é novo e se repete”, é o que afirma o presidente da FMS, Charles da Silveira. De acordo com ele, a maternidade atende bem mais que a sua capacidade e isso atrapalha o atendimento à população. “É necessário que haja uma regulamentação, é uma maneira de nos organizarmos”, disse.
De acordo com o Secretário de Saúde, Florentino Neto, a regulamentação é benéfica para a população e para o melhor funcionamento das maternidades. “O médico atenderia o paciente e colocaria a ficha do paciente no sistema e o próprio sistema o encaminharia para o local com melhor disponibilidade para atendê-lo”, explica.
Além da regulamentação dos atendimentos por meio do sistema, outra alternativa apontada para resolução do problema da Maternidade Evangelina Rosa, é a criação de uma nova instituição. “Uma nova maternidade referência que estamos construindo. Ela está dimensionada e planejada para atender realmente os pacientes de alto risco, o que dará uma “folga” para as outras maternidades do Estado”, finaliza.
Interdição
O Conselho Regional de Medicina do Piauí resolveu fazer a interdição ética de parte da Maternidade Dona Evangelina Rosa , em Teresina, após registrar aumento na mortalidade neonatal. A interdição começou a valer a partir da meia noite desta quarta-feira (21) e prevê o atendimento somente dos casos de alta complexidade pelos próximos 60 dias. Os casos de média e baixa complexidade serão encaminhados para hospitais do município tanto na Capital, quando no interior.
Edição: Viviane MenegazzoPor: Ananda Oliveira e Geici Mello